Carla Zambelli corre armada pelo centro de São Paulo - Foto: Reprodução/Instagram
Carla Zambelli corre armada pelo centro de São Paulo - Foto: Reprodução/Instagram

Deputada inelegível por oito anos?

Enrolada com a Justiça até o pescoço, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). A cassação aconteceu porque o tribunal entendeu que a deputada cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Zambelli atacou o sistema eleitoral e espalhou notícias falsas sobre o pleito.

A ação, que tramita desde dezembro, foi proposta pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) após a bolsonarista divulgar que as urnas na cidade paulista de Itapeva haviam sido fraudadas. Além da cassação do mandato, Zambelli está inelegível pelos próximos oito anos.

O relator do processo, desembargador Silmar Fernandes, afirmou em seu voto que: “Não é demasiado se reconhecer que as condutas da representada alcançaram repercussão e gravidade aptas a influenciar na vontade livre e consciente do eleitor e em prejuízo da isonomia da disputa eleitoral. Portanto, realidades justificadoras da cassação do diploma de deputada federal e da declaração de inelegibilidade, sanções a ela impostas por prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação”.

Deputada se defende

Em sua conta na rede social do Elon Musk, Zambelli alega estar sendo perseguida pelo governo.

Infelizmente a decisão não tem efeito imediato, já que cabe recurso e teremos de aguentar Zambelli ainda por um tempo. Zambelli também está respondendo a um processo por um ataque cibernético ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em que teria contratado o hacker Walter Delgatti Neto.

Zambelli anda pela Câmara como um fantasma a arrastar correntes. Escanteada por Bolsonaro, ela é tido como uma das principais responsáveis pela perda de votos nos últimos dias de 2022, quando Lula venceu a eleição. A pistoleira dos Jardins perseguiu um jornalista com arma em punho após ser chamada de “espanhola”. A cena correu o Brasil.

O monitoramento de pesquisas internas feito pelo partido PL mostrou que o caso drenou votos de eleitores indecisos que marginalmente associavam Bolsonaro à violência e estavam cansados da polarização política. Zambelli levou a culpa, foi criticada duramente por Bolsonaro e relegada ao papel de chaveirinho de fascista. Hoje, quase inelegível e cassada, procurar varrer o chão por onde Bolsonaro passa, mas o amor do capitão pela “espanhola” acabou. La vida es dura.