Prefeitura de João Monlevade converge com o Movimento Monlevade Sem Catracas e conclui: “o transporte público não vai bem”.

Na última quarta-feira (25) o Movimento Monlevade Sem Catracas fez uma visita à Prefeitura Municipal de João Monlevade onde foram recebidos pelo advogado Dr. Geraldo Giovani Silva, chefe de gabinete da Prefeitura Municipal de João Monlevade.

Em uma conversa bastante produtiva o Dr Geraldo Giovani afirmou que a Administração está enfrentando algumas dificuldades em relação ao transporte público: “é muito importante que vocês tenham nos procurado pois é aqui que vamos resolver, juntos, os problemas da nossa cidade”… “a maioria das reivindicações do Movimento que vocês estão liderando constará da pauta de debates da administração, que inclusive, contratará uma consultoria especializada para estudar, dentre outras, a possibilidade a implantação do Tarifa Zero no transporte público de João Monlevade/MG”.

Geraldo Giovani Silva aproveitou ainda para postular aos membros do Movimento Monlevade Sem Catracas mais participação: “estivemos juntos na campanha eleitoral e isso não pode parar, vocês nos devem uma visita” (sic).

Mais um Ponto de Convergência

Os representantes do Movimento saíram bastante otimistas com a implicação da Administração em relação às demandas apresentadas. Para Werton Santos, uma das lideranças do Sem Catracas “o encontro foi bastante importante pois, muitas pessoas tentaram criar animosidades entre a administração e o Sem Catracas” … “está vendo como nós não somos oposição? Estamos apenas querendo contribuir e sabemos que o nosso prefeito, que é um dos médicos mais bem-conceituados da nossa cidade, é bastante sensível aos problemas sociais.

Convergindo mais ainda com as propostas do Movimento Monlevade Sem Catracas a secretária municipal de Educação de João Monlevade, Maria do Sagrado Coração Rodrigues Santos, solicitou a abertura de processo administrativo contra a empresa Enscon Viação, responsável pelo transporte escolar no município. Na última segunda-feira (22), a responsável pela pasta, entregou à Comissão de Processo Administrativo da Prefeitura documentos para a imediata abertura dos trabalhos. De acordo com Maria do Sagrado, a ação se deve a reclamações do transporte escolar (rota). 

Segundo a secretária, em dois meses de retorno das aulas presenciais já foram realizadas cinco reuniões com a gerência da empresa, além de reunião com todas as monitoras do transporte e  também  quatro notificações pedindo ajustes.  

Na última quinta-feira (18), uma equipe formada por representantes da Secretaria Municipal de Educação, Setor de Trânsito e Transportes (Settran), Conselho do Transporte.    

Essa posição tomada pela a secretária municipal de Educação, Maria do Sagrado, converge com a posição do Movimento que há muito vem apontando que o modelo de concessão aplicado em João Monlevade e na maioria dos municípios brasileiros é um modelo que está se inviabilizando devido a ampliação do transporte individual.

De acordo com a coordenadora do Transporte Escolar da Secretaria Municipal de Educação, Fernanda Aparecida Lana, foram constatados problemas em apenas em um trajeto do rota,  principalmente, o não cumprimento de horários pela empresa, ocasionando atrasos frequentes para chegada dos  alunos nas escolas.

O Movimento Monlevade Sem Catracas aponta diversos estudos que comprovam a incapacidade desse modelo de concessão atender de forma satisfatória à comunidade, fato esse que está gerando muitos problemas e levando os municípios a substituírem a Tarifação no Momento de Uso pela contratação dos serviços por Serviços Prestados com financiamento coletivo.

Estudos sobre Mobilidade Urbana demonstram que um sistema de transporte público gratuito é eficiente e economicamente compatível. Os obstáculos à criação desse sistema não são de ordem econômica, mas política. As montadoras têm, evidentemente, interesse em manter a sociedade dependente dos carros que fabricam. Para garantir seus lucros, precisam manter essa dependência e investem para pressionar os governos local e federal a manter seu controle sobre o sistema de transporte.

Sugestões serão estudadas

Durante a visitação à Prefeitura os ativistas do Sem Catracas protocolaram documentos solicitando ao prefeito a realização “estudos para viabilizar a implantação do TARIFA ZERO no Transporte Coletivo, a exemplo do que já vem ocorrendo em muitas cidades no Brasil e em nosso Estado de Minas Gerais

Segundo Elizeu Assis a implantação desse novo modelo provocará uma verdadeira revolução em todo município e afetará a todos: Os trabalhadores terão um aumento de 6% em seus salários devido à suspensão dos descontos com vale transportes; os usuários do transporte coletivo terão a economia de R$ 160,00 mensal, o que equivale a, no mínimo, o valor duas cestas básicas; o comercio terá mais pessoas se movimentando e, por conseguinte, mais dinheiro circulando, e a administração fará uma economia de quase 3 milhões de reais somente com os custos do vale transporte para o funcionalismo público.

Além dessas medidas sociais e econômicas que se farão sentir de maneira imediata por toda população, o Movimento Monlevade Sem Catracas sugeriu que a administração crie Terminais de Transbordo de Passageiros para que se ofereça aos passageiros uma infraestrutura de espera. Além do objetivo de juntar os passageiros com origens diversas, mas que entrarão no mesmo equipamento de transporte na hora definida.